2ª etapa
Efetivação da Comissão
É muito importante criar um clima de amizade e disposição para trabalhar em equipe. Por
serem pessoas
de
diversos órgãos,
com conhecimentos e vivências bem diversos, pode haver alguma dificuldade no
início, mas, com o passar do tempo, essa
diversidade se revela enriquecedora. O trabalho intersetorial amplia a visão de cada
um, traz conhecimentos e experiências de
colegas que atuam em outros setores. São
colegas que exercem a profissão em diferentes aspectos da mesma realidade, o que
torna o trabalho uma interessante aula de
criação coletiva. A experiência de quem já
participou dessa construção conjunta diz
que nesse trabalho se desenvolvem a própria capacidade de ouvir o outro e a habilidade
de comunicar de
forma mais eficiente
suas concepções, propostas e sugestões.
O resultado desse processo é que todos
se tornam mais competentes em seus próprios setores de trabalho e adquirem uma
visão bem mais ampla da realidade das
crianças e das infâncias no município. Isso
faz da elaboração do PMPI um rico processo pedagógico de autoformação.
Para que todos se sintam envolvidos, participem e deem o melhor de si mesmos, o
que cada um tem a dizer deve ser valorizado, escutado e debatido e, se aprovado
pelo grupo, deve ser incorporado ao texto
do Plano. A compreensão da Comissão de
que cada um dos seus componentes tem
um conhecimento e uma experiência que
enriquecem o conjunto facilita o diálogo e
a construção coletiva. Ninguém é dono da
verdade. Alguns podem estar equivocados,
segundo a opinião da maioria, mas têm o direito de expor seu pensamento e suas sugestões
e de ser
escutados.
Quando o número de pessoas for muito
grande, o coordenador pode criar equipes
ou grupos de trabalho (GTs) por área, itens
ou assuntos do PMPI. Se for por área (por
exemplo, saúde, educação, assistência social, criança e cidade, brincar, planejamento
e orçamento, monitoramento e avaliação,
comunicação etc.), é muito importante que
cada GT seja composto por pessoas das
demais áreas. Essa é uma condição essencial para construir a visão abrangente do
tema e a intersetorialidade. Se for por assuntos (por exemplo, a criança na família, a
criança nas instituições de saúde, de educação e de assistência, a criança na cidade,
proteção contra as
violências, infâncias
diversas etc.), parece mais evidente que
sejam convocados representantes de todas
as áreas que têm o que dizer e o que fazer
sobre aquele assunto.
Os GTs devem reunir-se periodicamente para
conversar sobre os avanços e as dificuldades
de cada um e, principalmente, trabalhar com
afinco para construir um plano integrado.
É indispensável fazer um calendário das
reuniões para que todos possam agendar
tarefas e prazos e comparecer com as tarefas realizadas.
É importante fazer, em cada reunião, o registro dos pontos relevantes e das decisões
tomadas e passar essas anotações a todos os participantes antes da próxima reunião.
Essa prática cria a memória do processo e
fortalece os acordos firmados nas reuniões.
É necessário esclarecer aos membros da
Comissão que o PMPI não vai dificultar ou
apagar o trabalho de nenhuma secretaria ou
órgão municipal. Quanto melhor for o PMPI,
mais fácil e mais produtivo será o trabalho de
cada setor. O PMPI que vai resultar desse
processo vai apoiar as ações setoriais e mobilizar o município inteiro para prestar
atenção mais ampla e
qualificada às crianças.
Por isso, sua elaboração deve ter prioridade
sobre as tarefas rotineiras. Quem coordena
os trabalhos deve chamar a atenção para
esse ponto, para evitar interpretação equivocada de competição entre planos.
A leitura deste Guia nas primeiras reuniões
da Comissão vai permitir que todos se apropriem do objetivo, da dimensão e da relevância
estratégica da
iniciativa e definam a
melhor forma de organizar o trabalho.